Saber como trabalhar o luto na infância é difícil, porém necessário: mesmo quando também estamos com o nosso próprio emocional comprometido, as crianças precisam mais do que nunca se sentir acolhidas nesse processo.
Dito isso, sabemos que falar sobre morte não é uma tarefa muito simples, especialmente perante o desamparo, a impotência e o sofrimento pela perda de um ente querido: as crianças, em especial, são as mais vulneráveis a esse momento traumático.
Nesse post, vamos te dar algumas dicas sobre como trabalhar o luto na infância, ajudando nossos filhos a lidar com essa experiência que apesar de inevitável, também merece a nossa atenção.
Como trabalhar o luto na infância?
A perda de uma pessoa querida ou até mesmo um bichinho de estimação pode despertar emoções intensas: longe de ser um processo simples, previsível e linear, saber como trabalhar o luto na infância é sem dúvidas um grande desafio para os pais.
E não é à toa, pois junto à angústia, à ansiedade e à dor da perda, o luto na infância representa a constatação da finitude da vida: uma temática que não deve ser ignorada, muito menos abordada de maneira fantasiosa.
O mesmo também vale para a perda de um animal de estimação: um processo digno da nossa escuta, empatia e acolhimento, que de forma alguma deve ser menosprezado pelos adultos.
Como trabalhar o luto na infância em cada faixa etária?
Saber como trabalhar o luto na infância é saber como abordar essa temática em cada etapa do desenvolvimento, acompanhando o nível de maturidade das emoções e do raciocínio conforme a proposta da criação neurocompatível.
Em outras palavras, não é exagero afirmar que a perspectiva dos pequenos diante da morte acompanha o seu nível de desenvolvimento, onde as seguintes tendências podem ser observadas em cada faixa etária:
- Até os 3 anos: saber como trabalhar o luto na infância é fundamental desde o início da vida, pois a criança já é capaz de sentir a ausência mesmo não compreendendo, de fato, a definição da morte.
Além disso, é comum o pequeno acreditar que a perda pode ser revertida, mas fique atento: além de interferir na superação, alimentar a crença no retorno do ente querido pode causar prejuízos inestimáveis no longo prazo.
- De 3 a 5 anos: a criança já percebe a alteração emocional dos adultos, associando à morte a caracterização de uma experiência triste, porém ainda fantasiosa (muitas acreditam que a perda pode ser evocada por palavras e pensamentos, muitas vezes se culpando por já ter discutido ou desejado o mal ao ente falecido).
- De 5 a 10 anos: o pequeno já compreende a morte como processo irreversível e inevitável, mas a tendência de questionar a família e expressar os sentimentos com dificuldade é um sinal que merece a nossa compreensão e empatia.
- De 10 a 12 anos: a criança tem mais clareza do significado da morte, podendo perceber o seu impacto nas outras pessoas e conversar sobre a temática de forma direta, porém apropriada.
5 dicas para saber como trabalhar o luto na infância
Se você deseja entender como trabalhar o luto na infância, as dicas a seguir podem ser decisivas no acompanhamento da criança, tendo em vista que a irritabilidade e a desobediência também são sintomas comuns no processamento da perda.
Confira abaixo as nossas orientações:
- Ajuda psicológica: além de orientar a criança e a família no processamento das emoções, a psicoterapia infantil também ajuda na administração do rendimento escolar e da rotina de sono, que tendem a ser afetados no processo de luto.
- Acolhimento no ambiente escolar: com a queda no desempenho escolar, o acompanhamento de reforço pode ser necessário nesse período, sem falar na importância do acolhimento pelos profissionais da escola
- Diálogo constante: além de gerar confusão e dificultar o luto, o hábito de desviar da temática e inventar justificativas para a perda dificulta a aproximação de pais e filhos.
Assim, é preciso que seu filho fale sobre o assunto e também ouça como você se sente: na hora de comunicar o acontecimento, o interessante é estar equilibrado emocionalmente e falar com naturalidade. A longo prazo, lembrar dos momentos positivos também ajuda muito.
- Livros e filmes infantis: o cinema e a leitura infantil também podem ajudar na superação da perda. Confira abaixo algumas sugestões:
- A árvore das lembranças (Britta Teckentrup)
- O jabuti e a siriruia: o ciclo da vida (Márcia Abreu)
- Menina Nina: duas razões para não chorar (Ziraldo)
- Up, altas aventuras (animação de Pete Docter e Bob Peterson)
Nesse post você aprendeu algumas dicas sobre como trabalhar o luto na infância: por isso, desejamos boa sorte nessa missão complexa, mas necessária pelo bem dos nossos pequenos. Confira nosso blog para mais dicas sobre desenvolvimento infantil.