Se o seu filho sofre na hora de apagar as luzes e dormir no próprio quarto, provavelmente não há motivo para se preocupar: está para nascer uma criança que nunca lidou com o medo infantil.
Afinal, é comum que nessa fase de descoberta algumas experiências sejam encaradas pelos pequenos como possíveis ameaças, mesmo aquelas que habitam o mundo da fantasia.
E por ser tão comum, não é nenhuma surpresa que o medo infantil desperta dúvidas dos pais em relação ao que a criança de fato está sentindo e o que fazer para ajudar.
Medo infantil: o que é verdade e o que é mito?
Choro, coração disparado, silêncio ou impulsividade: seja qual for a maneira do seu filho expressar o medo infantil, esse sentimento precisa ser acolhido e compreendido pelos pais.
Mas quando o assunto é o medo sentido na infância, o que não faltam são crenças que além de não serem verdadeiras, acabam confundindo os pais na hora de lidar com essa situação.
E para te ajudar, elencamos os principais mitos e verdades no que diz respeito ao medo infantil. Confira:
- “Medo infantil é besteira”: MITO!
O fato de ser, até certo ponto, natural na infância não significa que o medo infantil pode ser ignorado ou menosprezado.
Pelo contrário: quando os pais não ajudam a criança a lidar com esse desafio, o sentimento pode tomar proporções que afetam a saúde, as amizades e até mesmo o desempenho escolar.
- “O medo infantil pode atrapalhar a vida social da criança”. VERDADE!
Um dos sintomas mais comuns do medo infantil é o desejo de se manter isolado, geralmente se apegando a um dos pais como reflexo de autoproteção.
Quando o temor vem associado à timidez, é comum esse sentimento surgir perante outras crianças ou adultos desconhecidos, como amigos dos pais ou parentes mais distantes.
- “A superproteção pode aumentar o medo infantil”. VERDADE!
Se os pais supervalorizam a situação temida, o medo infantil aumenta: é o que acontece, por exemplo, quando se priva a criança de visitar um amigo para lhe proteger da timidez.
Em vez disso, a dica é trazer a criança para a realidade, explicando que não podemos nos submeter a tudo que nos assusta, mesmo que se trate de experiências totalmente novas.
- “Basta forçar o enfrentamento do medo infantil”. MITO!
Por mais que a exposição ao objeto temido seja importante, é preciso ter cuidado para não passar dos limites nem insistir demais.
Um exemplo é continuar segurando o bebê quando ele sente receio em interagir com outras pessoas, permitindo uma exposição saudável e gradual ao que é encarado como “ameaça”.
- “As causas do medo infantil variam com a idade”. VERDADE!
Por mais que cada criança tenha o seu ritmo de desenvolvimento, certos medos na infância podem ser típicos de determinadas faixas etárias.
Um exemplo é até os 3 anos de idade, quando se recomenda evitar estímulos como som alto, multidões, luzes de festa e pessoas fantasiadas.
Mas na medida que os pequenos crescem, a lista de situações e pensamentos que provocam medo costuma aumentar até em torno dos 6 anos.
Esses estímulos variam a depender da personalidade e das experiências vividas, incluindo situações como:
- Ir ao dentista
- Vivenciar novas experiências
- Lesões corporais
- Dormir sozinho
- Tomar injeção
- Ficar no escuro
- Pessoas estranhas para a criança
- Uma possível separação dos pais
- Criaturas imaginárias
- Receio de ser abandonado ou rejeitado
- Medo de crescer
- Medo da morte
- “Medo infantil e fobia são a mesma coisa”. MITO!
Enquanto o medo é uma reação natural contra ameaças reais, possíveis ou imaginárias, a fobia tem natureza patológica e é acionada por estímulos específicos, entre eles:
- Ambientes fechados (claustrofobia)
- Escuro (nictofobia)
- Falar em público (glossofobia)
- Espaços lotados (agorafobia)
- Tomar decisões (decidofobia)
- Ferimentos e sangue (hematofobia)
- Animais (zoofobia)
- Viagens de avião (aerofobia)
- Altura (acrofobia)
- Morte (tanatofobia)
- Palhaços (coulrofobia)
- Igrejas e ambientes religiosos (eclesiofobia)
Outra característica da fobia são as reações muito exageradas a estímulos leves, podendo inclusive ser indicativo de traumas passados (na dúvida, procure um profissional).
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