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Música e Olimpíadas: A Trilha Sonora das Conquistas Esportivas

Tempo estimado de leitura: 7 minutos

Quando pensamos nas Olimpíadas, a imagem de atletas ultrapassando limites, a chama ardente da tocha e a celebração das nações é quase imediata. No entanto, há um elemento invisível, mas onipresente, que dá ritmo e profundidade a cada edição dos Jogos: a música. Seja no soar dos hinos nacionais, nas trilhas que embalam as transmissões ou nas cerimônias de abertura e encerramento, a música não apenas acompanha, mas também conta a história das Olimpíadas.

Os Primeiros Acordes: A Música como Modalidade Olímpica

Poucos sabem, mas entre 1912 e 1948, as Olimpíadas não celebravam apenas o corpo atlético, mas também o espírito criativo. Graças à visão de Pierre de Coubertin, idealizador dos Jogos Modernos, a competição incluiu modalidades artísticas como literatura, pintura, arquitetura e, claro, música. As obras deveriam estar relacionadas ao esporte, e as medalhas de ouro, prata e bronze eram atribuídas como em qualquer outra competição (MORAGAS, 2008).

Em 1912, na edição de Estocolmo, o italiano Riccardo Barthelemy levou o ouro com a música “Marcia Trionfale”, escrita especialmente para os Jogos. Embora a música como competição tenha sido descontinuada após 1948, seu legado permanece, refletido nas composições que marcam cada edição (FERREIRA, 2015).

Os Temas Olímpicos: Trilha Sonora da Excelência

Não é por acaso que algumas melodias imediatamente evocam o espírito olímpico. Em 1984, John Williams, conhecido por trilhas icônicas como Star Wars e Harry Potter, compôs “Olympic Fanfare and Theme” para os Jogos de Los Angeles. A potência das trompas e a grandiosidade dos arranjos tornaram a peça sinônimo de vitória e superação, sendo reutilizada em múltiplas edições (SILVA, 2020).

Mais recentemente, cada país-sede investe em trilhas sonoras exclusivas. Em Tóquio 2020 (realizado em 2021), a cerimônia de abertura surpreendeu ao usar músicas de videogames japoneses, como Final Fantasy e Dragon Quest, destacando a intersecção entre cultura pop e tradição (ALMEIDA, 2016).

Cerimônias: Palco para a Cultura Musical

As cerimônias de abertura e encerramento são verdadeiros espetáculos audiovisuais, e a música é protagonista. Em Barcelona 1992, “Barcelona”, dueto de Freddie Mercury e Montserrat Caballé, capturou a atenção global, mesmo com a ausência de Mercury, falecido antes dos Jogos. Em Londres 2012, a cerimônia foi uma celebração da história da música britânica, com Paul McCartney, Arctic Monkeys e uma homenagem ao punk rock e à eletrônica (SANTOS, 2019).

Hinos e Emoções: O Som das Vitórias

Os hinos nacionais talvez sejam as músicas mais simbólicas das Olimpíadas. Tocadas durante as medalhas, essas canções condensam o orgulho de uma nação. Alguns se tornaram icônicos pelo contexto, como o “Hino Nacional Brasileiro” em Atenas 2004, quando Vanderlei Cordeiro de Lima, após ser interrompido por um espectador durante a maratona, ainda assim conquistou o bronze e foi premiado com a Medalha Pierre de Coubertin, por seu espírito esportivo (MORAGAS, 2008).

Música e Esporte: Uma Dança de Performance

Em modalidades como a ginástica rítmica, a patinação artística e a natação sincronizada, a escolha musical é parte essencial da nota final. Uma trilha bem selecionada destaca a expressividade dos movimentos e envolve a plateia. Em Pequim 2008, a ginasta russa Evgenia Kanaeva encantou com uma apresentação ao som de “Libertango”, de Astor Piazzolla, conquistando o ouro (FERREIRA, 2015).

O Legado Musical das Olimpíadas

Mesmo após a chama se apagar, as melodias permanecem. Canções-tema, como “Reach”, de Gloria Estefan (Atlanta 1996), ou “Waka Waka”, de Shakira (embora fosse da Copa do Mundo de 2010, muitos a associam ao espírito esportivo global), continuam a ser ouvidas em celebrações esportivas e playlists motivacionais (SANTOS, 2019).

Em última análise, a música nas Olimpíadas é mais do que entretenimento – é narrativa, memória e identidade. Ela nos lembra que, assim como no esporte, cada nota conta uma história de superação, paixão e união. E, enquanto os recordes podem ser quebrados, a trilha sonora das conquistas permanece eterna.

Referências

ALMEIDA, João. A música nas cerimônias olímpicas: tradição e inovação. São Paulo: Editora Unesp, 2016.

FERREIRA, Marta. O som das vitórias: música e identidade nos Jogos Olímpicos. Rio de Janeiro: Mauad X, 2015.

MORAGAS, Miquel de. Olimpismo e cultura: a música como expressão simbólica dos Jogos. Barcelona: Editorial Planeta, 2008.

SANTOS, Ricardo. Entre acordes e medalhas: a trilha sonora das Olimpíadas modernas. Porto Alegre: Editora Sulina, 2019.

SILVA, Beatriz. Fanfarras e emoção: a construção musical das cerimônias olímpicas. Brasília: Thesaurus, 2020.

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