Se a mentira na infância tem sido o motivo da sua dor de cabeça, saiba que você não está sozinho: afinal, é comum os pais notarem esse hábito nos pequenos desde muito cedo.
E como se não bastasse a dificuldade em lidar com esse comportamento, existe uma dúvida que não quer calar: é normal que as crianças mintam? Até que ponto?
Foi por esse motivo que decidimos abordar, no artigo de hoje, a mentira na infância, o que você precisa saber sobre isso e os 3 erros que os pais devem evitar a todo custo.
Então sem mais delongas, seja bem-vindo e vamos em frente:
Como devemos enxergar a mentira na infância? Quais são os limites?
A primeira coisa a saber é que mentiras na infância são tão normais quanto mentiras na vida adulta: o que pode variar é a complexidade do ato à medida em que crescemos.
Assim como os adultos, as crianças podem recorrer à mentira enquanto mecanismo de autoproteção ou obtenção de recompensa, segundo a neuropsicologia.
Isso não significa, entretanto, que o ato de mentir não merece cuidado.
Pelo contrário: é preciso que os pais evitem a consolidação e a perpetuação da mentira enquanto hábito, o que representaria um risco para os valores humanos em construção.
A mentira na infância pode ser patológica?
Se cometida em excesso, a mentira na infância pode ser indicativo de patologias que tenham a mitomania (ou “mentira compulsiva”) como sintoma.
Nesse caso, outros sinais de alerta incluem:
- Mentiras sem motivo aparente, normalmente longas e recheadas de elaboração
- Hábito de responder perguntas simples de maneira muito prolixa
- Tendência a narrar fatos rotineiros com o máximo de detalhamento, descrevendo os próprios atos em tom de “vítima” ou “herói”
- Ausência de medo, nervosismo ou culpa na iminência de ser descoberto
- Excesso de emotividade ao contar mentiras
- Continuidade do hábito mesmo após os 11 ou 12 anos, quando o caráter tende a estar relativamente bem consolidado
Caso note algum dos sinais acima com frequência, a recomendação é procurar um profissional capaz de investigar o diagnóstico e sugerir a melhor intervenção.
3 erros ao lidar com a mentira na infância
Por mais que as causas patológicas sejam uma possibilidade, a mentira na infância geralmente está ligada à dificuldade dos pais em lidar com a situação de forma apropriada.
Nesse sentido, alguns erros são bastante comuns e precisam ser evitados, entre eles:
1- Não saber diferenciar a fantasia da mentira na infância
É normal que a criança fantasie com elementos imaginários até os 6 anos de idade: esse hábito é diferente da mentira na infância e não deve ser tratado como tal.
Já o inverso também se aplica: quando tratado a como “fantasia” ou “coisa de criança”, o hábito de mentir é estimulado e pode se perpetuar até a vida adulta. Por isso, todo cuidado é pouco!
2- Não dar o exemplo
Outro erro que contribui para a mentira na infância é exigir a verdade, mas não se preocupar em dizer a verdade (e acredite: as crianças notam essas incoerências!)
Isso inclui pequenas mentiras como “na volta a gente compra”, “a loja de brinquedos fechou” ou “a injeção não vai doer nada”, que contamos sem má intenção, mas que incentivam o hábito.
3- Excesso de punição
Muitas vezes os pais condenam a mentira, mas não conseguem lidar com a verdade: ou seja, tendem a se descontrolar ou punir severamente quando a criança comete erros.
A consequência disso é que ela desenvolve a necessidade inconsciente de se autopreservar através da mentira, o que torna esse costume praticamente automático!
Por isso, a recomendação é não apelar para a medidas punitivas, mas incentivar a criança a se responsabilizar pelos próprios erros e corrigi-los da melhor maneira possível.
Esperamos que agora você tenha uma noção sobre a mentira na infância e como lidar com essa problemática, tendo em vista a importância de zelar pelo caráter dos pequenos.
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